Renato Soares é fotógrafo e documentarista.
Iniciou sua carreira na fotografia em 1986 e, desde então, realiza viagens para retratar as diferentes formas de expressão cultural dos grupos étnicos brasileiros. A identificação com o universo indígena vem desde a infância, e se consolidou logo nos primeiros contatos com tribos em áreas remotas do Amazonas e também através da profunda amizade que manteve com o sertanista Orlando Villas Bôas.
Nhenhenhem.
Você sabe de onde vem o Nhenhenhêm?
Depoimentos
A vida e os costumes dos povos indígenas do território brasileiro foi desde sempre objeto do olhar curioso dos europeus – os primeiros a descrever a cultura tupinambá no séc. XVI , como André Thevet, Jean de Léry e o alemão Hans Staden – prisioneiro dos índios e autor das primeiras gravuras que ilustraram, sob a luz da estética do Velho Mundo, o seu livro Viagem ao Brasil., relato inspirador do filme de Nelson Pereira dos Santos, Como era gostoso o meu francês.
No sec. XX, o cinegrafista Genil de Vasconcellos documentou a primeira abordagem dos xavantes, seguido pelas fotos já consideradas artísticas do repórter da revista O Cruzeiro, José Medeiros, e o registro sem intenção...
A ocupação indígena no Brasil foi de Norte a Sul. É claro que a Amazônia e Brasil Central, também amazônico, abrigavam e continuam abrigando a mais densa população indígena do país. Pesquisas recentes atestam uma ocupação de dezenas de milhares de anos.
A teoria das migrações da Ásia Mongólica registra levas migratórias sucessivas, mas com largos espaços de tempo uma da outra, conforme atestam estudiosos da matéria. Donos da terra e livres num domínio incontestável, os índios, a seu modo, viviam felizes. Suas grandes malocas, seus incontáveis abrigos provisórios, suas crenças, suas danças que pareciam vir de um passado remoto, do fundo dos tempos, são verdadeiros...